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Fronteira – As suas Gentes e a sua História – Guia Alentejo

 

Fronteira – As suas Gentes e a sua História – Guia Alentejo


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O que conhecer e visitar em Fronteira com o Guia Alentejo

Fronteira é uma vila portuguesa no distrito de Portalegre, região Alentejo e sub-região do Alto Alentejo.

A vila de Fronteira é sede do município com o mesmo nome e que é limitado a norte pelo município de Alter do Chão, a leste por Monforte, a sueste por Estremoz, a sul por Sousel e a oeste por Avis.

O orago de Fronteira é a Nossa Senhora da Atalaia e tem feriado municipal a 6 de Abril. O gentílico é Fronteirense.


ORIGEM DO NOME DE FRONTEIRA


Porquê Fronteira? Várias hipóteses: I) a povoação foi edificada na linha de fronteira entre os territórios ainda ocupados pelos muçulmanos e os reconquistados pelos cristãos.

II) a vila terá sido erguida no Outeiro da Vila Velha e por razões de salubridade, teria sido transferida para a atual localização. 

III) a mais erudita e mais antiga hipótese considera que a localização situava-se no limite - fronteira - da administração dos “territoria” das “civitates” romanas de Ebora e de Ammaia.

O concelho de Fronteira é composto pelas seguintes freguesias:
Freguesia de Cabeço de Vide;
Freguesia de Fronteira;
Freguesia de São Saturnino.

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Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha, Fronteira - Guia Alentejo

HISTÓRIA DE FRONTEIRA


Vários testemunhos arqueológicos levam-nos a aceitar a antiguidade destas terras desde os tempos pré-históricos. Também variados vestígios assinalam a presença romana na região. 

Depois do fim do Império Romano vieram os godos e os árabes que aqui ficaram até que os cavaleiros da Ordem de Avis os derrotassem e fizessem destas terras portuguesas.

Foram estes cavaleiros que combateram os mouros e que estiveram diretamente interessados no repovoamento de Fronteira. 

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Rua da Vila de Fronteira - Guia Alentejo

A primeira notícia escrita sobre Fronteira só aparece no reinado de D. Sancho II. É um documento do Cabido da Sé de Évora, com data de 1236, no qual se diz que Seda e Fronteira pertenciam então ao bispado daquela cidade. Esta referência vem dar veracidade à versão da fundação desta terra em 1226. Foi seu fundador D. Fernando Rodrigues Monteiro, 4º Mestre da Ordem de Avis. 

As primeiras casas desta vila situavam-se no alto de um cabeço a que chamaram Vila Velha onde, segundo a tradição, foi a primeira fundação da localidade. O lugar teria sido uma atalaia romana. 

Nos finais do século XIII D. Dinis mandou dar início às fortificações da povoação começando de imediato o castelo. O castelo tinha nove torres com uma altura de 8 a 10 metros. O hábito de destruição vem de muito longe e já em 1588, o visitador da Ordem de Avis dizia que o castelo estava abandonado e muitas pedras eram retiradas para se fazerem casas. 


Batalha dos Atoleiros em 1384


Com o castelo ainda de pé, travou-se, nos arredores da vila, a Batalha dos Atoleiros, em 1384, entre os partidários do Mestre de Avis e os do Rei de Castela. Foi D. Nuno Álvares Pereira que comandava um pequeno exército de 1500 homens, o grande vencedor contra um exército de 5000 soldados castelhanos. 

Foi aqui que o Condestável teve a estratégia que no dizer de Fernão Lopes, "pór a batalha por terra”. 

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Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha, Fronteira - Guia Alentejo

D. João I, em agradecimento ao comportamento dos moradores, concedeu muitos privilégios a Fronteira, como a isenção do pagamento de portagens, o direito a assento em cortes, ou o direito a usar armas. D. Manuel deu-lhe depois em 1512 Foral Novo.

Em 1670 a vila foi doada a D. João de Mascarenhas, 2º Conde da Torre, que passou a ser o 1º Marquês de Fronteira. Era apenas o domínio útil da vila, porque o domínio direto continuava a pertencer à Ordem de Avis à qual o Marquês pagava uma renda.


Fronteira na época das Invasões Francesas


Mais tarde, no advento do século XIX, a vila assistiu às pilhagens e atropelos das tropas francesas que chegaram a deitar fogo ao altar-mor da Igreja do Senhor dos Mártires, A seguir, as lutas entre liberais e miguelistas fizeram-se sentir e Fronteira voltou a receber fortes danos.

O concelho de Fronteira só adquiriu a configuração atual em 1932, data em que lhe foi anexada a freguesia de Cabeço de Vide, que pertencia a Alter do Chão depois de ser extinto o seu concelho. 

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Pelourinho de Fronteira - Guia Alentejo

O concelho era enorme antes de ser desmembrado. Tinha as seguintes freguesias: Casa Branca, Santo Aleixo, Veiros, São Bento de Ana Loura, São João da Ribeira, São Pedro de Almuro, São Saturnino, Senhora da Atalaia, Senhora da Graça do Cano, Casa Branca e São João da Ribeira.

Fronteira teve uma feira célebre, conhecida em todo o Alentejo e onde se transacionavam muitos produtos agrícolas e muito gado. Foi a Feira Nova, autorizada em 1883.


CABEÇO DE VIDE, DO CONCELHO DE FRONTEIRA


Vila de origem medieval originariamente fixada no cimo de um cabeço. Depois da reconquista teve castelo. Era da Ordem de Avis. Teve Foral de D. Manuel I em 1512. Tem termas e banhos desde D. João V. Deve visitar-se o cruzeiro, o pelourinho e as termas.


LENDA DOS ATOLEIROS


Quando se deu a Batalha dos Atoleiros, um ribeiro que corria perto ficou vermelho com o sangue dos mortos em combate. Os soldados queriam beber e não havendo mais água, foram obrigados a beber água desse ribeiro. 

Hoje chama-se Ribeiro das Águas Belas. D. Nuno Álvares Pereira mandou pôr uma bilha no local para que nunca mais houvesse sede.


PATRIMÓNIO NO CONCELHO DE FRONTEIRA


FRONTEIRA
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Atalaia, século XVI – XVIII;
Igreja do Senhor Jesus dos Mártires, século XVIII;
Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha, séculos XVI-XVIII;
Igreja da Misericórdia, século XVI – XVIII;

Ruínas da Igreja do Espírito Santo;
Capela do Senhor das Almas;
Capela do Arco dos Santos, século XVII;
Capela da Senhora das Dores ou Capela do Senhor do Cemitério, século XVIII;
Paços do Concelho, século XIX;

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Coreto e Igreja Matriz de Fronteira ou Igreja de Nossa Senhora da Atalaia - Guia Alentejo

Antigas Casas da Câmara na Rua D. Francisco de Portugal, século XVI;
Pelourinho, século XVI, Fronteira;
Torre da vila, Fronteira;
Edifício do Centro Cultural, séculos XVI-XVIII;
Torre do Relógio, século XVII, Fronteira;

Ponte sobre a Ribeira Grande, séculos II-III, remodelada no século XVI – Infelizmente teve muitos danos que quase a destruiu nas cheias de Dezembro de 2022;
Casas nobres, séculos XVIII-XIX, Fronteira;
Conjunto megalítico da Herdade Grande, Fronteira;

Várias casas na Rua 5 de Outubro, Fronteira, com silhares de azulejos azuis e brancos de moldura rocaille e janela dupla de canto manuelina e sacada com guarda de ferro forjado do século XVII.

CABEÇO DE VIDE
Centro Histórico de Cabeço de Vide;
Torre do Relógio, século XVI, Cabeço de Vide;
Pelourinho de Cabeço de Vide, século XVI;

Igreja Matriz e restos da Fortaleza, século XVI;
Capela da Misericórdia, séculos XVI-XVIII;
Antiga Casa da Câmara e Cadeia (reconstrução a partir do século XVII), Cabeço de Vide;

Pelourinho-e-antiga-Fortaleza-de-cabeço-de-vide-com-o-guia-alentejo
Pelourinho e antiga Fortaleza de Cabeço de Vide - Guia Alentejo

Casa do Açougue, século XIX, Cabeço de Vide;
Cruzeiro e Igreja do Espírito Santo, século XVI, Cabeço de Vide;
Forca, uma das poucas forcas ainda existente e em bom estado de conservação;
Solar dos Simas Cardoso, século XVIII, Cabeço de Vide;

Painéis de azulejos da Estação de Caminho-de-Ferro, século XX, Cabeço de Vide;
Complexo das Termas de Sufúrea e arredores;
Fonte do Borbolegão;

SÃO SATURNINO
Igreja Paroquial de São Saturnino, século XVI.


MUSEUS NO CONCELHO DE FRONTEIRA


Sala Museu de Fronteira;
Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros.


ARQUEOLOGIA NO CONCELHO DE FRONTEIRA


Têm sido inventariados vários monumentos arqueológicos, dos quais devem ser destacados:

PALEOLÍTICO
Vale Paredes Novo 1 (Achado Isolado) - São Saturnino;
Ribeira do Valverde (Acampamento) – Fronteira;
Alto das Tapadas (Achado Isolado) - São Saturnino.

NEOLÍTICO
Cardoso (Achado Isolado) – Fronteira.

IDADE DO BRONZE
Outeiro de São Miguel (Povoado) – Fronteira;
Vale Paredes 1 (Casal Rústico) - São Saturnino;
Vale Fabiano (Habitat) - Cabeço de Vide.

IDADE DO FERRO
Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha (Silo) – Fronteira;
Malhada das Penas 1 (Povoado fortificado) - Cabeço de Vide;
Outeiro de São Miguel (Povoado) – Fronteira.

ÉPOCA ROMANA
Monte de São Saturnino (Villa) - São Saturnino;
Cabeço de Vide 2 (Via) - Cabeço de Vide;
Castelo do Mau Vizinho 1 (Habitat) - Cabeço de Vide;
Pombal (Habitat) - Cabeço de Vide;
Monte Alegre 1 (Casal Rústico) - São Saturnino;
Merouços 2 (Malaposta/Mutatio) - Cabeço de Vide;
… e mais 44 sítios arqueológicos da Época Romana.

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Fonte do Borbolegão, Cabeço de Vide - Guia Alentejo

ÉPOCA MEDIEVAL ISLÂMICA
Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha (Silo) – Fronteira.

ÉPOCA MEDIEVAL CRISTÃ
Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha (Silo) – Fronteira;
Monte da Ribeira de Vide (Casal Rústico) – Fronteira;
Sete Vales 1 (Necrópole) – Fronteira;
Sete Vales 2 (Casal Rústico) – Fronteira;
Malhada dos Pintos (Arte Rupestre) – Fronteira;
São Bento das Lapas (Abrigo) – Fronteira;
Estrada de São Domingos (Via) - Cabeço de Vide;
Pedra da Malha (Monumento Megalítico) – Fronteira;
Ponte do Sebastião - Cabeço de Vide.


GASTRONOMIA E RECEITAS TRADICIONAIS NO CONCELHO DE FRONTEIRA


A gastronomia de Fronteira é rica, muito característica do Alentejo e dela se destacam:

PRATOS
Sopas de cação;
Sopa de feijão com couve;
Sarrabulho;
Migas de batata;
Várias receitas de caça;
Sopa de Cachola;
Sarapatel – a receita;
Migas de pão com entrecosto;
Açorda de alho;
Ensopado de borrego;
Lombo de porco assado.

DOÇARIA
Bolo de folha;
Pão-de-ló;
Costas;
Arroz-doce com ovos – a receita;
Queijinhos de batata e amêndoa.

Receita-de-Sarapatel-e-um-pouco-da-sua-história-horadabuxa
Receita de Sarapatel e um pouco da sua história - horadabuxa

ARTESANATO NO CONCELHO DE FRONTEIRA


Trabalhos madeira e chifre;
Arte pastoril em cortiça;
Trabalhos em pintura de cerâmica, barro, vidro e azulejos;
Restauro de mobiliário e Arte Sacra;
Trabalhos em ferro;
Trabalhos em barro e olaria;
Trabalhos em elementos vegetais;
Bordados e Têxteis.


NATUREZA, TRILHOS E ROTAS TURISTICAS NO CONCELHO DE FRONTEIRA


Centro Ecoturístico da Ribeira Grande;
Praia fluvial, na Ribeira Grande;
Praia fluvial das termas de Sufúrea.

PERCURSOS PEDESTRES
PR1 FTR - Rota Megalítica;
PR2 FTR - Rota da Ribeira Grande;
PR3 FTR - Rota dos Atoleiros;
PR4 FTR - Rota da Sulfúrea;
PR5 FTR - Rota da Serra das Penas;
Percurso Megalítico, conjunto de Sousel – Fronteira;
Passeio campestre entre Saturnino e Cabeço de Vide.

JARDINS E MIRADOUROS
Jardim do Complexo Desportivo;
Jardim da Avenida;
Jardim do Coreto;
Jardim das Termas;
Miradouro da Torre do Relógio.

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Termas da Sulfurea, Cabeço de Vide - Guia Alentejo

TERMAS DE SULFÚREA DE CABEÇO DE VIDE
Termas de Cabeço de Vide, também chamadas A Sulfúrea, ficam no vale da Ribeira de Vide. Estas águas já eram utilizadas pelos romanos, como comprova a existência de um balneário do tempo de César Augusto. 

Tem uma água hipossalina sulfúrea e oxidrilada com predominância de iões de cloreto, sódio e cálcio. Tem um bom balneário e as indicações terapêuticas são: afecções das vias respiratórias, reumatismo, problemas músculo-esqueléticos, doenças de pele e patologias dermatológicas.


FEIRAS, FESTAS E ROMARIAS NO CONCELHO DE FRONTEIRA


FRONTEIRA
Festa e comemoração da Batalha dos Atoleiros, Feriado Municipal, no dia 6 de Abril;
Feira de São Pedro, dia 29 de Junho;
Festas em Honra de Nossa Senhora da Vila Velha, Agosto;
Encontro Internacional de Balões de Ar Quente, em Novembro;
Rali 24Horas TT, Novembro.

CABEÇO DE VIDE
Romaria e Festa da Nossa Senhoras das Candeias, no dia 2 de Fevereiro;
Romaria Nossa Senhora dos Anjos, na 2ª Feira de Páscoa;
Festas de Verão, Julho;
Festas Populares de Cabeço de Vide, na 1ª quinzena de Setembro.

VALE DE MACIEIRA
Festas em Honra de Nossa Senhora da Oliveira e Nossa Senhora do Rosário, Julho, Vale de Seda; 
Festas em Honra de Nossa Senhora da Assunção, Julho;
Festas Populares do Vale do Seda, em Agosto.


A NÃO PERDER EM FRONTEIRA


Termas de Cabeço de Vide;
Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha;
Algumas casas da Rua 5 de Outubro;
Azulejos da Estação de Caminho-de-Ferro de Cabeço de Vide;
Rota Megalítica;
Praia Fluvial;
Sopa de feijão com couve e Sarapatel.

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Forca do século XIX, Cabeço de Vide - Guia Alentejo

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