Sines - As suas Gentes e a sua História - Guia Alentejo
Sines - As suas Gentes e a sua História - Guia Alentejo
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Sines é um concelho do Alentejo cheio de tradições e belas praias, conheça o que visitar em Sines com o Guia Alentejo |
Sines é uma cidade no litoral alentejano pertencente ao distrito de Setúbal, região do Alentejo e sub-região do Alentejo Litoral.
Sines é sede de município com o mesmo nome e que é limitado a norte e leste pelo município de Santiago do Cacém, a sul por Odemira e a oeste tem litoral no Oceano Atlântico.
O orago de Sines é Nossa Senhora das Salas e tem feriado municipal a 24 de Novembro. O gentílico é Sineense.
ORIGEM DO NOME SINES
O escritor clássico Avieno terá identificado no século IV d.C. uma tribo celta, a dos Cinetos, instalada na região; daí terá vindo o nome de Sines.
Outra versão: Sinus é o étimo latino que quer dizer enseada ou baía.
O concelho de Sines é composto pelas seguintes freguesias:
- Freguesia de Sines;
- Freguesia de Porto Covo.
HISTÓRIA DE SINES
A ocupação humana na região de Sines é antiquíssima. Diversos e ricos vestígios arqueológicos dão conta disso.
As primeiras comunidades humanas desta região são paleolíticas e, como era habitual, procuravam a proximidade da água. Aqui escolheram as ribeiras da Junqueira, Morgavel e Borbelogão.
Os homens do Neolítico deslocaram-se mais para o mar, onde havia abundância de mariscos, moluscos e peixes. Procuraram fixar-se junto às praias de Vale Marim, Samouqueira e Vale Pincel I.
Com a metalurgia do cobre, para defender pessoas e bens, mudaram-se para lugares mais altos como Vale Pincel II e Monte Novo.
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Vista do Castelo e Igreja Matriz do Salvador de Sines - Guia Alentejo |
Com a tecnologia do bronze inicia-se uma estratificação da sociedade, como parece evidente através dos espólios dos cemitérios da Quitéria e da Provença, onde convive gente muito pobre e muito rica.
Os púnicos, ou cartagineses, que por aqui andaram à cura de minério, instalaram-se na parte sul da cidade. Um dos sinais da sua presença é o tesouro do Gaio, encontrado em 1966, uma portentosa arrecada em ouro.
Terão sido eles os primeiros a usar a Ilha do Pessegueiro com funções portuárias.
Sines um Porto importante na época da ocupação romana
Sines foi o porto da importante cidade de Miróbriga, porto abrigado das fortes nortadas. O canal da Ilha do Pessegueiro também teve funções portuárias durante o período romano, ligadas a Arandis (Garvão, Ourique).
O pedestal de uma estátua de Marte, encontrado nas muralhas do Castelo de Sines, leva a concluir da existência de um povoado romano sobre arriba.
As fábricas de salga de peixe fazem parte da primeira indústria de Sines.
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Salinas Romanas na lha do pessegueiro, Porto Covo - Guia Alentejo |
À medida que as salgas de Sines entram em declínio, desenvolvem-se as da Ilha do Pessegueiro, pela maior proximidade que tinham dos pesqueiros.
No entanto, Sines continua como grande porto num litoral alentejano com poucos abrigos naturais para a navegação.
Existem registos que referem que Marco Júlio Marcelo, edil de Miróbriga no século I d.C., investiu uma parte importante da sua fortuna em embarcações para viagens de longo curso, por exemplo, entre Sines e os portos do Mediterrâneo.
O Museu Arqueológico de Sines tem dois cepos de âncora dos séculos I ou II d.C., encontrados a 150 metros da costa de São Torpes, que testemunham o curso de barcos romanos pela costa alentejana.
O mar de Sines também era conveniente pela abundância do molusco thais haemastona, donde se extrai a púrpura utilizada em tinturaria.
As marcas de terra sigillata encontradas dentro do castelo podem dar indicações sobre a extensão comercial de Sines, que tanto podia ir até Itália ou Hispânia, como até África, principalmente Tunísia.
Existem poucos vestígios da ocupação visigótica em Sines, apenas alguns fragmentos de uma basílica do século VII, que terá sido desmantelada, e as cantarias utilizadas na construção do castelo.
Em relação ao período árabe também não existem muitos vestígios.
Sines depois da conquista cristã
D. Sancho I conquistou Sines entre o final do século XII e o início do século XIII. D. Afonso III, depois de Sines ter sido conquistada e perdida, reconquistou-a definitivamente em meados do século XIII e entregou-a de imediato à Ordem de Santiago da Espada.
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Vista do interior do Castelo de Sines - Guia Alentejo |
Em 1362, D. Pedro elevou-a a concelho com a condição de ser construída uma fortaleza. O castelo só começou a ser erigido em 1424 e um dos seus alcaides foi Estevão da Gama, pai do navegador que nasceu em Sines.
D. Manuel I deu-lhe Foral Novo em 1512 e a fortaleza foi ampliada e modernizada. Durante o domínio filipino as ameaças aumentaram na costa portuguesa e a fortificação foi remodelada para as novas necessidades bélicas.
Nesta época construíram-se o fortim de Nossa Senhora das Salvas e dois fortes para ajudarem na defesa da Ilha do Pessegueiro.
Durante as Invasões Francesas, tropas napoleónicas saquearam a vila e mandaram picar a pedra com o brasão de armas que encimava o portão do castelo.
Depois da Convenção de Évora Monte, foi de Sines que D. Miguel embarcou para o exílio.
O facto que mais contribuiu para o desenvolvimento de Sines, nas últimas décadas, foi a implantação, no início dos anos de 1970, do complexo industrial.
PORTO COVO, DO CONCELHO DE SINES
Em finais do século XVIII, Porto Covo tinha quatro casas. Em 1794, Jacinto Fernandes Bandeira recebe a denominação de Senhor de Porto Covo, em consideração da atividade que promove no estabelecimento e povoação de Porto Covo, em benefício da agricultura, da pesca e do provimento da Corte.
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Casa típica de Porto Covo, caiada de branco e azul - Guia Alentejo |
Recebeu mais tarde o título de Barão de Porto Covo. A povoação é inspirada no traçado geométrico da baixa pombalina. O Barão dedicou a sua vida ao incremento da povoação.
Nas últimas décadas passou de uma aldeia piscatória para um local de atração turística, com muita animação, muito sol e praias de areia fina.
ILHA DO PESSEGUEIRO, DO CONCELHO DE SINES
A partir de meados do século I d.C., a Ilha do Pessegueiro, com dois séculos sem ter utilização, voltou a ser ocupada. É um dos poucos portos naturais do litoral alentejano.
A ilha, com um canal estreito, tinha vantagens sobre Sines porque não é tão exposta a sul e tem melhor acesso ao interior do Alentejo.
Por esta ilha deverá ter saído minério de Aljustrel mas principalmente do Cercal, onde há uma mina de ferro-manganês. Foi encontrada uma oficina de fundição no Pessegueiro.
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Vista da ilha do pessegueiro em Porto Covo - Guia Alentejo |
A reocupação da ilha integrou-se num movimento de “atlantização” do sul da Lusitânia. Há um aumento de exploração de recursos marinhos e a Lusitânia passa a concorrer com a Bética na exportação de peixe salgado.
As salgas da ilha são fundadas no século II, o que coincide com o declínio de Sines. Torna-se um centro de produção de salgas, pois há pesqueiros próximos com acesso fácil.
LENDAS NO CONCELHO DE SINES
LENDA DE SÃO TORPES DO CONCELHO DE SINES
Salvio Torpes, valido de Nero, terá sido convertido por São Paulo ao cristianismo e por isso martirizado.
Foi flagelado, decapitado e o corpo metido numa jangada e lançado ao mar, no rio Arno, em Pisa, juntamente com um galo e um cão.
A lenda diz que a cabeça atravessou o Mediterrâneo, parte do Atlântico e veio parar a Sines, à costa da Junqueira, no ano 67 da nossa era e, o corpo, a Saint Tropez, na Provença.
LENDA DA VARA DE VASCO DA GAMA DO CONCELHO DE SINES
Um rapaz chegou junto de Vasco da Gama e, em tom irónico, perguntou: Vai então Vossa Mercê descobrir as Índias? Vasco da Gama, irritado, pega numa vara e diz: É tão certo eu descobrir a Índia como esta vara florir. Vasco da Gama chegou à Índia e a vara floriu.
PATRIMÓNIO DO CONCELHO DE SINES
- Igreja de Nossa Senhora das Salas, século XIII e XIV, Sines;
- Castelo de Sines, século XV;
- Igreja Matriz do Salvador de Sines, construção primitiva remonta à Idade Média, ampliação século XVIII;
- Casa de Vasco da Gama;
- Estação de caminho-de-ferro, século XX;
- Igreja de Nossa Senhora da Soledade;
- Ermida de São Sebastião, século XVI;
- Forte do Revelim, século XVII;
- Forte do Pessegueiro, século XVII;
- Igreja de Porto Covo, século XVIII;
- Capela da Misericórdia, século XVI;
- Ermida de São Bartolomeu, século XIV e XVI;
- Cruzeiro de São Torpes;
- Moinho de Monte Chãos;
- Fábricas Romanas;
OS 10 TESOUROS TURÍSTICOS DO CONCELHO DE SINES
- Algumas das melhores e mais preservadas praias portuguesas;
- O maior festival de world music do país - Festival Músicas do Mundo - FMM;
- O arrojado Centro de Artes de Sines;
- Uma gastronomia original e restaurantes em quantidade e qualidade;
- Porto Covo, uma das aldeias mais pitorescas do Alentejo;
- Memórias de Vasco da Gama, figura maior da história universal;
- Um dos maiores e mais antigos Carnavais de Portugal;
- O único porto de recreio entre Setúbal e o Algarve;
- O carácter especial das suas gentes e da sua história;
- Tradição e devoção em festas religiosas centenárias.
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Vista do Porto de pesca de Sines - Guia Alentejo |
MUSEUS DO CONCELHO DE SINES
- Centro de Artes de Sines;
- Museu de Sines/Casa de Vasco da Gama, Sines;
- Casa forte do Museu de Sines, Sines;
- Museu Arqueológico de Sines;
- Tesouro da Ermida de Nossa Senhora das Salas, Sines;
- Fábricas romanas, junto ao castelo, Sines;
- Salgadeiras romanas, Porto Covo;
- Cemitério dos Mouros, junto à Ilha do Pessegueiro;
- Estação Arqueológica da Palmeirinha, Montes Chãos;
- Estação Arqueológica da Quitéria, Monte Chãos;
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Forte do Revelim, Sines - Guia Alentejo |
ARQUEOLOGIA NO CONCELHO DE SINES
PALEOLÍTICO
Porto Covo (Estação de Ar Livre) - Porto Covo;
Foz da Ribeira de Morgavel (Estação de Ar Livre) – Sines.
Foz da Ribeira de Morgavel (Estação de Ar Livre) – Sines.
NEOLÍTICO
Poveira (Habitat) – Sines;
Gruta-Abrigo do Vidigal - Porto Covo;
Brejo Redondo 1 (Habitat) – Sines.
Gruta-Abrigo do Vidigal - Porto Covo;
Brejo Redondo 1 (Habitat) – Sines.
IDADE DO BRONZE
Pessegueiro (Povoado e Necrópole) - Porto Covo;
Monte da Ilha (Vestígios Diversos) - Porto Covo;
Quitéria (Povoado e Necrópole) – Sines;
Provença (Necrópole) – Sines;
Palmeirinha (Habitat) – Sines.
Monte da Ilha (Vestígios Diversos) - Porto Covo;
Quitéria (Povoado e Necrópole) – Sines;
Provença (Necrópole) – Sines;
Palmeirinha (Habitat) – Sines.
ÉPOCA ROMANA
Ilha do Pessegueiro (Complexo Industrial) - Porto Covo;
Castelo de Sines (Complexo Industrial) – Sines;
Courela dos Chãos (Villa) – Sines;
São Torpes 2 (Naufrágio) – Sines;
Cabo Sardão 7 (Naufrágio) – Sines.
Castelo de Sines (Complexo Industrial) – Sines;
Courela dos Chãos (Villa) – Sines;
São Torpes 2 (Naufrágio) – Sines;
Cabo Sardão 7 (Naufrágio) – Sines.
GASTRONOMIA E RECEITAS TRADICIONAIS DO CONCELHO DE SINES
A gastronomia de Sines, não tem só influência do mar. As ervas silvestres e a gastronomia alentejana no seu geral também está presente.
Em Sines, a maior atividade gastronómica realiza-se no mês de Julho com a Mostra gastronómica “Festival das Tasquinhas”, onde se pode provar as iguarias da região de Sines e concelhos limítrofes.
PRATOS
Sopa de peixe - a receita;
Migas com peixe frito;
Arroz de caramujos, de lapas, de mexilhão ou de marisco;
Açorda de lapas
Feijão com marisco;
Feijoada de Búzios;
Salada de choco, de búzios ou de ovas;
DOÇARIA
Vasquinhos (bolos com base de amêndoa);
Areias de Sines.
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Receita de Sopa de Peixe à moda de Sines - horadabuxa |
ARTESANATO NO CONCELHO DE SINES
Traineiras, caravelas ou veleiros construídos em madeira ou em arame;
Renda de Bilros;
Bordados;
Tapetes de Arraiolos;
Artesanato em cortiça e madeira;
Jangada de São Torpes - é um barquinho de cana usado na pesca de marisco nas praias a sul de Sines. Modelo egípcio disseminado no Mediterrâneo pelos Fenícios, é uma raridade etnográfica viva.
Renda de Bilros;
Bordados;
Tapetes de Arraiolos;
Artesanato em cortiça e madeira;
Jangada de São Torpes - é um barquinho de cana usado na pesca de marisco nas praias a sul de Sines. Modelo egípcio disseminado no Mediterrâneo pelos Fenícios, é uma raridade etnográfica viva.
PRINCIPAIS PRAIAS DO CONCELHO DE SINES
Praia Vasco da Gama;
Praia de S. Torpes;
Praia de Morgavel;
Praia de Vale Figueiros – Vieirinha;
Praia do Salto (naturista);
Praia Grande de Porto Covo;
Praia da Ilha do Pessegueiro;
Praia da Costa do Norte;
Pequenas praias de Porto Covo.
Praia de S. Torpes;
Praia de Morgavel;
Praia de Vale Figueiros – Vieirinha;
Praia do Salto (naturista);
Praia Grande de Porto Covo;
Praia da Ilha do Pessegueiro;
Praia da Costa do Norte;
Pequenas praias de Porto Covo.
NATUREZA, TRILHOS E ROTAS TURISTICAS NO CONCELHO DE SINES
Praias;
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina;
Percurso da lagoa da Sancha - mais informação;
Passadiços da Costa Norte - mais informação;
Trilhos dos Pedestres da Rota Vicentina - mais informação;
Trilhos dos Pescadores - mais informação;
Percursos de bicicleta da Rota Vicentina - mais informação.
Trilhos dos Pescadores - mais informação;
Percursos de bicicleta da Rota Vicentina - mais informação.
FEIRAS, FESTAS E ROMARIAS DO CONCELHO DE SINES
Semana da Juventude, na semana do dia 28 de Março, em todo o concelho;
Festival Músicas do Mundo, no final de Julho, em Sines e Porto Covo;
Comemorações do 24 de Novembro (dia do município), no mês de Novembro, em todo o concelho.
SINES
Carnaval de Sines, em Fevereiro ou Março;
Mostra gastronómica “Festival das Tasquinhas”, em Julho;
Festas de Nossa Senhora das Salas, dias 14 e 15 de Agosto;
A M.A.R. – Mostra de Artes de Rua;
Festival de Danças de Salão e Latino-Americanas, em Novembro;
PORTO COVO
Festas de Verão de Porto Covo, Agosto;
Festas de Nossa Senhora da Soledade, final de Agosto;
A NÃO PERDER NO CONCELHO DE SINES
Igreja de Nossa Senhora das Salas;
Ermida de São Bartolomeu;
Ermida de São Sebastião;
Igreja de Porto Covo;
Castelo de Sines;
Forte do Revelim;
Forte do Pessegueiro;
Enquadramentos urbanos;
Sopa de peixe e um Vasquinho como sobremesa.
Igreja Matriz do Salvador de Sines;
Igreja da Misericórdia;Ermida de São Bartolomeu;
Ermida de São Sebastião;
Igreja de Porto Covo;
Castelo de Sines;
Forte do Revelim;
Forte do Pessegueiro;
Enquadramentos urbanos;
Sopa de peixe e um Vasquinho como sobremesa.
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