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Alcácer do Sal – As suas Gentes e a sua História – Guia Alentejo

 

Alcácer do Sal – As suas Gentes e a sua História – Guia Alentejo


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Vista geral de Alcácer do Sal e do rio Sado - Guia Alentejo

Alcácer do Sal é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Setúbal, região Alentejo e sub-região do Alentejo Litoral.

Alcácer do Sal é sede do município com o mesmo nome e que é limitado a norte pelos municípios de Palmela, Vendas Novas e Montemor-o-Novo, a este por Viana do Alentejo e Alvito, a sudeste por Ferreira do Alentejo, a sul e oeste por Grândola e a noroeste, através do Estuário do Sado, por Setúbal.

O orago de Alcácer do Sal é Santiago e tem feriado municipal a 24 de Junho. O gentílico é Salaciense ou Alcacerense.


ORIGEM DO NOME DE ALCÁCER DO SAL


O primeiro nome conhecido do oppidum da Idade do Ferro, pré-romano, é controverso. Pode ter sido Evion, Ketovion, Keitivion e Keition, este último o mais aceite e que terá dado o nome ao rio Sado. Vieram os romanos e chamaram-lhe Salacia Urbis Imperatoria, ou apenas Salacia

Na época islâmica a cidade de Alcácer do Sal tomou o nome de Qasr Abu-Danis e depois da vitória das tropas almóadas, em 1191, chamaram-lhe Alcácer Al-Fath, que quer dizer «Alcácer da Vitória». Mais tarde, devido à quantidade e qualidade do sal aí explorado foi fixado o nome em Alcácer do Sal.

O concelho de Alcácer do Sal é composto pelas seguintes freguesias: 

Freguesia de Comporta;
Freguesia de São Martinho;
Freguesia do Torrão;
União das Freguesias de Alcácer do Sal e Santa Susana.

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Vista da Praça em Santa Susana, freguesia de Alcácer do Sal com a Igreja ao fundo - Guia Alentejo

HISTÓRIA DE ALCÁCER DO SAL


É do período paleolítico a primeira fixação humana na zona de Alcácer do Sal. Veio gente da metalurgia do ferro, a seguir do bronze e depois os fenícios, que chamaram à cidade Keiton. No curso inferior do Sado, foram encontrados artefactos do Acheulense, com cerca de 40 000 anos. 

Esta zona teve uma ocupação continuada, sendo importante referir os habitats do Mesolítico com populações que viviam da recolecção de marisco e de pequenas peças de caça. 

Há cerca de 5000 anos fixaram-se em Alcácer e na Comporta homens do Neolítico que deram origem às primeiras produções, de cereais e de gado, às primeiras transações, principalmente de cerâmica campaniforme ou de decoração incisa, com cordões e mamilos, conforme recolha de peças nos dois lugares citados. 

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Galeão de Alcácer do Sal, rio Sado e vista da cidade Guia Alentejo

Alcácer do Sal na Idade do Ferro


Na Idade do Ferro, Alcácer do Sal transformou-se, pelo seu desenvolvimento, num verdadeiro oppidum com diversas fases de ocupação, assinaladas em várias escavações realizadas no cabeço onde está o castelo, com cinco níveis e três fases de ocupação.

Entre os séculos VII e I a.C., a zona escavada no Castelo de Alcácer do Sal indica que foi ocupada pela mesma população que foi evoluindo durante estes séculos, debaixo de uma influência determinantemente mediterrânica. 

Tratava-se na verdade de um oppidum pré-romano, uma verdadeira cidade formada por pedra calcária ligada com argila, com paredes de adobe e telhados forrados com colmo. 

No Olival do Senhor dos Mártires fica a necrópole deste oppidum, onde se tem procedido a sistemáticas escavações que deram a conhecer ricas sepulturas.


Alcácer do Sal com a chegada dos Romanos


Com a chegada dos romanos, assistiu-se à constituição da Salacia Urbs Imperatoria, com cunhagem própria de moeda. Foi uma época de navegação intensa do rio Sado (Callipus) e de muita pesca e indústria conserveira, como o fabrico do garum. 

Foi uma cidade muito importante no século I, com produção de sal e lãs e passagem obrigatória das estradas de Lisboa para Évora e Beja. No entanto, foi perdendo alguma importância para outras duas cidades do seu território: Setúbal (Caetobriga) e Tróia.

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Igreja de Santa Maria do Castelo, Alcácer do Sal - Guia Alentejo

No Bairro Rio de Clérigos, a 1 km a nordeste, existem ainda vestígios de um aqueduto que levava água à cidade.

Durante o domínio visigótico foi cidade episcopal e na época islâmica tomou o nome de Qars Abu-Danis. Foi um porto muito importante com construção naval. Tinha uma fortificação militar que na época era a mais poderosa da Península e defendia a entrada nas províncias do sul por via terrestre e fluvial. 


Alcácer do Sal no Reino de Portugal 


Quando as tropas almóadas conquistaram Alcácer em 1191, a povoação foi chamada Alcácer Al-Fath, o que quer dizer «Alcácer da Vitória». Era uma cidade do Al-Andaluz a quatro jornadas da Silves rica, com muito comércio e indústria, estaleiros, arsenais, depósito de materiais e de víveres e lugar de chegada de muitas embarcações vindas do Mediterrâneo.

D. Afonso Henriques em 1158 conquistou o Castelo de Alcácer depois de várias tentativas e deu-lhe Foral em 1170. 

Mais tarde, voltou para o domínio mouro, ocupada por Lacub e em 1217 D. Afonso II tomou Alcácer definitivamente, depois de um prolongado cerco, com a ajuda de cruzados, e fá-la cabeça da Ordem de Santiago. Era o maior concelho do reino e incluía Grândola, Santiago do Cacém e Vila Nova de Milfontes.

D. Manuel I é aclamado em Alcácer e é aí que casa em segundas núpcias com a sua cunhada, D. Maria, filha dos Reis Católicos e em 1516 dá Foral Novo a esta vila.

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Estátua de Pedro Nunes, Alcácer do Sal - Guia Alentejo

O século XVI é de renascimento, com a produção e venda de sal e a construção de palácios, igrejas e conventos. O porto é cada vez mais importante, fazem-se inúmeras transações e o rio Sado é garante do incremento dessas mesmas transações. 

Os séculos XVIII e XIX foram os tempos altos em relação aos recursos do rio, pela pesca, pelo sal e pela penetração no Alentejo. Refiram-se os diferentes tipos de embarcações construídos em Alcácer, para o constante navegar e mercadejar: laitéus, canoas, galeões (primeiro da pesca de cerco e depois do transporte de sal), iates, etc.

A partir do século XX, Alcácer do Sal começou a perder importância e o recurso ao rio foi sendo progressivamente abandonado.


TORRÃO, DO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


Teve ocupações pré-históricas e romanas. Teve Foral em 1210 e Foral Novo em 1512. É uma vila tipicamente alentejana, com casas térreas e muito brancas. 

Está junto à Barragem de Vale do Gaio, tem praia fluvial e parque de merendas. 

Como património distingue-se: a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, o Convento de São Francisco, a Anta de São Fausto, a Fonte Santa e a Cabeça de Pez.

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Vista do centro da Vila de Torrão - Guia Alentejo

COMPORTA, DO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


Localiza-se na Península de Troia e caracteriza-se pelos extensos arrozais e muitas espécies de aves. A sua história remonta à habitação feita por escravos negros e à designação de «África Metropolitana». 

É conhecida pelas praias, pesca e boa gastronomia. A localidade da Carrasqueira tem um porto palafítico que é património do concelho de Alcácer do Sal. Também fazem parte do património cultural concheiros do Paleolítico.

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Casas ou Cabanas ou Palhotas típicas de Comporta feitas em palha e cana - Guia Alentejo

PATRIMÓNIO DE ALCÁCER DO SAL


Solar dos Salemas, século XVI;
Castelo de Alcácer do Sal;
Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso;
Igreja da Misericórdia de Alcácer do Sal, século XVI;
Igreja de Santiago, século XVII;
Igreja do Convento dos Frades ou Igreja de Santo António, século XVI;
Igreja do Senhor dos Mártires, Capelas de São Bartolomeu e de Maria Resende, século XIII;
Igreja do Espírito Santo, século XVI;
Igreja da Consolação, século XV;
Pelourinho de Alcácer do Sal;
Igreja de Santa Maria do Castelo ou Igreja Matriz de Alcácer do Sal, séculos XII-XIII;
Fonte do Chafariz, século XVI;
Igreja de Santa Susana;
Convento de São Francisco e a respetiva Igreja de São Francisco, Torrão;
Igreja de Nossa Senhora da Assunção ou Igreja Matriz de Torrão.

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Vista do Cais Palafítico da Carrasqueira - Guia Alentejo

MUSEUS NO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


Museu Municipal Pedro Nunes, Alcácer do Sal;
Museu Etnográfico do Torrão;
Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer;
Museu do Arroz, Comporta. 

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Espólio Islâmico no Museu Pedro Nunes, Alcácer do Sal - Guia Alentejo

ARQUEOLOGIA DO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


PALEOLÍTICO
Barrosinha 1 (Estação de Ar Livre) - Alcácer do Sal.

NEOLÍTICO
Vale de Romeiras (Concheiro) – Torrão;
Várzea da Mó (Concheiro) – Torrão;
Portancho (Concheiro) – Torrão;
Celeiro Velho (Concheiro) – Comporta;
Malhada Alta (Concheiro) – Comporta; 
Barrosinha 3 (Concheiro) – Comporta; 
Sapalinho (Concheiro) - Alcácer do Sal.

IDADE DO BRONZE
São Martinho (Herdade do Álamo de Cima) (Tesouro) – Alcácer do Sal;
Castelejos (Povoado) - Santa Susana;
Herdade do Hospital (Necrópole) – Santa Susana; 
Monte do Vale de Carvalho (Necrópole) - Santa Susana; 
Castelos (Povoado) - Alcácer do Sal;
Álamo da Estrada (Tesouro) - Alcácer do Sal.

IDADE DO FERRO
Castelo de Alcácer do Sal - Alcácer do Sal;
Horta de Cima (Achado Isolado) - Alcácer do Sal; 
Castelejos (Povoado) - Santa Susana;
Alcácer do Sal (Vestígios Diversos) - Alcácer do Sal; 
Olival do Senhor dos Mártires (Necrópole) - Alcácer do Sal.

ÉPOCA ROMANA
Porto da Lama (Villa) - Alcácer do Sal; 
Castelo de Alcácer do Sal - Alcácer do Sal;
Herdade da Biscainha (Via) - Santa Susana; 
Monte da Enchurrasqueira (Olaria) – Alcácer do Sal;
Monte do Bugio 1 (Olaria) - Alcácer do Sal;
Morgada (Forno) - Alcácer do Sal;
Olival de São João (Cisterna) - Alcácer do Sal;
Orzalão (Villa) – Torrão;
Vale de Cepa (Olaria) - Alcácer do Sal;
Fontainhas (Forno) - Alcácer do Sal;
Monte do Bugio II (ou Monte da Faia) (Oficina) – Alcácer do Sal;
Bairro do Rio de Clérigos (Aqueduto) - Alcácer do Sal; 
Abul (Complexo Industrial) – Alcácer do Sal;
...e mais 38 sítios arqueológicos da Época Romana (Fornos; Olarias; Necrópoles; etc.).

IDADE MÉDIA
Horta das Ameixas (Povoado).

ÉPOCA MEDIEVAL ISLÂMICA
Castelo de Alcácer do Sal - Alcácer do Sal;
Porches 1/Sobral (Vestígios Diversos) - Alcácer do Sal; 
Necrópole Islâmica - Alcácer do Sal.

ÉPOCA MEDIEVAL CRISTÃ
Santuário do Senhor dos Mártires (Necrópole) – Alcácer do Sal;
Castelo de Alcácer do Sal - Alcácer do Sal;
Igreja de São Lourenço (Vestígios Diversos) - Alcácer do Sal.


GASTRONOMIA E RECEITAS TRADICIONAIS DO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


PRATOS
Migas de batata;
Migas de pão;
Coelho frito;
Achigã grelhado; 
Feijão adubado;
Sopa de corvina;
Ensopado de borrego;
Açorda;
Massa de peixe;
Ensopado de enguias - a receita.

DOÇARIA
Pinhoada; 
Bolo de pinhão; 
Queijadas;
Salacianos;
Rebuçados de ovo;
Bolo real.

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Receita de Ensopado de Enguias - horadabuxa

ARTESANATO DO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


Trabalhos em couro;
Correaria em geral;
Selas e respetivas guarnições;
Carteiras e malas;
Cestaria de verga;
Bordados e rendas.


NATUREZA, TRILHOS E ROTAS TURISTICAS NO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


PERCURSOS PEDESTRES

PR1 ASL - Rota do Senhor dos Mártires, Alcácer do Sal;
PR2 ASL - Trilho do Pego do Mourão, Torrão;
PR3 ASL - Trilho da Ermida, Alcácer do Sal;
PR4 ASL - Viagem à outra margem, Alcácer do Sal;
PR5 ASL - Trilho do Montado, Alcácer do Sal;
PR6 ASL - Trilho da Várzea de Rio de Moinhos; 
PR7 ASL - Do Xarrama ao Sado.


PATRIMÓNIO NATURAL

O rio Sado: São cerca de cem as espécies que povoam o estuário: a cegonha-branca, a galinha-de-água, o guarda-rios, a águia-sapeira, garças e patos;

Passeios de barco;
Canoagem;
Mergulho;
Todo-o-Terreno;
BTT;
Observação de Aves;
Praias.

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Ponte pedonal sobre o Rio Sado, Alcácer do Sal - Guia Alentejo

FEIRAS, FESTAS E ROMARIAS NO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL


Comemorações do 25 de Abril e 1º de Maio;
Maio, mês da Cultura;
PIMEL - Feira do Mel, do Pinhão e da Gastronomia, Alcácer do Sal, Junho;
Ruas de São João, Alcácer do Sal, Junho;
Marchas Populares, Alcácer do Sal, Junho;
Festival Sabores do Sado, Alcácer do Sal, Julho; 
Procissão e Romaria do Rio Sado, na noite do último sábado de Julho;
Feira de Agosto do Torrão, 1º fim-de-semana de Agosto;
Festa dos Malteses, Alcácer do Sal, Setembro;
Feira Nova de Outubro, desde o século XVI, Alcácer do Sal, 1º domingo de Outubro;
Feira do Livro, Alcácer do Sal, entre Novembro e Dezembro;
Madeiro de Natal de Santa Susana, Dezembro;
Mercado mensal, no 1º sábado de cada mês.

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Vista exterior do mercado municipal de Alcácer do Sal - Guia Alentejo

A NÃO PERDER EM ALCÁCER DO SAL


Castelo de Alcácer do Sal;
Solar dos Salemas;
Igreja da Misericórdia de Alcácer do Sal; 
Convento de São Francisco e a Igreja de São Francisco; 
Igreja Matriz de Torrão;
Igreja de Santiago;
Igreja do Senhor dos Mártires;
Capelas de São Bartolomeu e de Maria Resende;
Igreja Matriz de Alcácer do Sal; 
Rio Sado;
Cais palafítico da Carrasqueira;
Praias;
Feijão adubado e ensopado de enguias.


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