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Mourão – As suas Gentes e a sua História – Guia Alentejo

 

Mourão – As suas Gentes e a sua História – Guia Alentejo


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Igreja Matriz ou de Nossa Senhora das Candeias, século, ,XVII, Mourão - Guia Alentejo

Mourão é uma vila raiana portuguesa do distrito de Évora, região Alentejo, sub-região Alentejo Central.

A vila de Mourão é sede do Município de Mourão e é limitado a norte pelo município do Alandroal, a leste pela Espanha, a sueste por Barrancos, a sul por Moura e a oeste por Reguengos de Monsaraz.

O orago de Mourão é Nossa Senhora das Candeias e tem feriado municipal a 2 de Fevereiro. O gentílico é Mouranense.


ORIGEM DO NOME MOURÃO


Tinha uma outra localização, mais baixa, mas as inundações do rio Guadiana e as águas estagnadas e causadoras de doenças obrigaram os habitantes a escolherem um local mais elevado. Esta povoação chamava-se Magron, que deu origem ao topónimo atual, Mourão.

O concelho de Mourão é composto pelas seguintes freguesias: 
  • Freguesia de Mourão;
  • Freguesia de Granja;
  • Freguesia da Luz.

HISTÓRIA DE MOURÃO


Desde o Paleolítico que existe conhecimento da ocupação humana nesta região. Desde a aurora dos tempos que os homens escolhiam a proximidade dos rios para aí se fixarem e aqui se devem ter fixado muitos grupos humanos que teriam originado uma ocupação contínua. 

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Vista do interior do Castelo de Mourão - Guia Alentejo

Existem vários registos da presença humana, uns mais completos que outros, desde pinturas rupestres e arte megalítica até ao tempo medieval cristão. 

Mourão, que fazia parte da divisão administrativa da Lusitânia, possui muitas marcas da presença romana e a mais evidente e mais importante foi submersa pelas águas da Barragem de Alqueva: o Castelo da Lousa. 

Localizava-se a cerca de 3 km a norte da Aldeia da Luz, igualmente submersa, na confluência do barranco do Castelo e do rio Guadiana. 

Sobre um esporão maciço de granito erguia-se a fortificação romana da segunda metade do século I a.C. O castelo não tinha grandes aptidões defensivas mas serviria para vigia da margem esquerda do rio Guadiana.

Presume-se que a região continuasse bem habitada durante as invasões bárbaras até ao século VIII, quando passou para o domínio muçulmano.

Mourão, anteriormente Vila Velha


A primitiva vila de Mourão ter-se-ia situado na chamada Vila Velha e foram encontrados diversos vestígios que provam esse facto. 

Perto desse local, na Vila Velha do Mercador, também foram encontrados vestígios de habitat romano. 

Os habitantes, talvez por recearem a subida episódica das águas do rio Guadiana e a estagnação pouco saudável dessas mesmas águas paradas, resolveram subir e edificar uma povoação numa cota mais alta.

Mourão é um interessante exemplo do que deverá ter sido a vida de uma alargada lista de povoações de fronteira que mudaram frequentemente de senhores. 

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Vista de rua em Mourão com casas senhoriais típicas alentejanas de influência espanhola - Guia Alentejo

Tanto pertenciam ao reino de Portugal como ao domínio muçulmano, tendo algumas delas sido reconquistadas e outras, através de contratos de casamentos ou tratados de paz, mudado de senhores mais de uma vez. 

E assim deve ter acontecido até ao ano de 1226, no reinado de D. Sancho II, quando Gonçalo Egas, prior da Ordem do Hospital, lhe concede um Foral, tentando fomentar o povoamento de Mourão. 

Era normal as vilas raianas mudarem do Reino de Portugal para o Reino Espanhol  


Mas as andanças de Mourão, de mãos para mãos, não pararam. Vejamos: Em virtude do acidente de Badajoz, D. Afonso Henriques teve de ceder muitas praças que tinham sido conquistadas aos reinos de Leão e Castela. 

A vila de Mourão foi cedida a D. Afonso X de Castela, em 1264 e em 1271 este rei troca a vila com os Freires do Hospital, que devem ter sido os construtores do primeiro castelo. 

Em 1259 a vila é doada a D. Beatriz, viúva de D. Afonso III e, após a morte de Afonso X, D. Sancho IV de Castela contesta a doação e concede a vila à sua «barrega» Teresa Gil. 

Mourão volta para a coroa portuguesa quando D. Sancho IV renuncia à margem esquerda do rio Guadiana, na sequência do auxílio que lhe prestou D. Dinis. 

Este rei concedeu o Foral Régio a Mourão em 1296, e reconhece D. Teresa Gil como senhora da localidade com a condição de vila passar novamente para a coroa portuguesa depois da sua morte. 

Em consequência do acordado, depois da morte da senhora, o rei português concede a um fidalgo espanhol, D. Raimundo de Cardona, o privilégio de poder comprar Mourão, facto que teve lugar em 1313. 

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Chaminés Mouriscas e conjunto urbano de Mourão - Guia Alentejo

Cardona terá feito um empréstimo a um judeu para poder pagar a compra. Não foram cumpridos os compromissos de pagamento e Mourão voltou outra vez a ser leiloada em 1317, no alpendre da igreja de Nossa Senhora do Tojal. 

Desta vez foi vendida a um mercador de Monsaraz, Martim Silvestre, pela quantia de 11 000 libras. Devido a incompatibilidades entre o rei e este comprador foi exigida a devolução pelo mesmo preço fazendo o rei nova concessão de Mourão a D. Raimundo Cardona e a seu filho Guilherme. 

A vila entrou em declínio, despovoando-se em consequência das escaramuças frequentes de fronteira e da peste negra.

Mourão depois da crise de 1383-85


No período da crise de 1383-85, Mourão escolheu a causa do Mestre de Avis mas o concelho tinha cada vez menos gente. Os homens-bons de Mourão pediram a D. Afonso V, em 1450, que instituísse um couto na vila para 50 homiziados.

A população aumentou mas as lutas de fronteira levavam muita gente, como aconteceu com a Guerra de Sucessão de Espanha, com a intromissão de D. Afonso V. No censo de 1527, foram contabilizados 1373 habitantes.

D. Sebastião, de visita ao Alentejo em 1573, 45 anos depois do censo, com a intenção de recrutar homens para a campanha do Norte de África, conseguiu que Mourão contribuísse com duas bandeiras, cerca de 400 homens! 

No entanto, a partir de Afonso V, houve muitos judeus que se fixaram em Mourão e aumentaram significativamente a população. 

Era gente sobretudo ligada a atividades comerciais, artesanais e à usura.

Refira-se que foram judeus que financiaram as duas compras de Mourão: D. Raimundo Cardona contraiu empréstimo a D. Judas, arrabi-mor de D. Dinis, e Martim Silvestre apre- sentou como credor o arrabi-mor Guedelha. 

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Arco e Igreja da Misericórdia de Mourão - Guia Alentejo

Havia uma judiaria que alguns pensam ter-se situado num local conhecido por Maqueda, a 2 km da fronteira de São Leonardo.

Durante a Guerra da Restauração, Mourão voltou a sofrer muitos ataques castelhanos até que o exército do Duque de São German, depois de um cerco, a conquistou. Foi reconquistada em 1657. 

Em 1755 sofreu os efeitos do terramoto. Os estragos das guerras e os efeitos do terramoto destruíram a maior parte da vila, que posteriormente viu a estrutura urbana redesenhada.


ALDEIA DA LUZ, DO CONCELHO DE MOURÃO


A velha Aldeia da Luz, ou melhor, a submersa Aldeia da Luz, encontrava-se situada nas Herdades dos Pássaros e Julioa. A sua origem era dos períodos Paleolítico e Neolítico. 

Teve uma importância grande pela sua ligação ao também agora submerso Castelo da Lousa, de origem romana. 

A aldeia localizava-se no caminho de algumas passagens de antigas estradas romanas que atravessavam o Guadiana.

Foi construída uma nova Aldeia da Luz a cerca de 2 km da antiga. A mudança da população iniciou-se em Junho de 2002 e terminou a 1 de Abril de 2003.

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Igreja de Nossa Senhora da Luz, século XX, Reconstrução da antiga Igreja do século XVI que ficou submersa no Lago de Alqueva, Aldeia da Luz - Guia Alentejo

GRANJA, DO CONCELHO DE MOURÃO


Fica situada na margem esquerda da ribeira de Godelim. O nome Granja deriva do baixo latim granjum, que significa «terreno onde se cultivam cereais». 

É uma terra muito antiga que viveu através da história inúmeros saques e assaltos de tropas castelhanas. No século XIII, havia uma referência a «Granja do Hospital», terra que tinha sido doada aos Freires do Hospital pelo rei de Leão e Castela. 

No século XVI pertencia à Ordem de Avis. Tem como património a Igreja de São Brás, a ermida da Misericórdia e muitas e interessantes chaminés mouriscas.

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Igreja Paroquial de São Brás, século XVII, Granja - Guia Alentejo


LENDA DA NOSSA SENHORA DA LUZ, DA ALDEIA DA LUZ


Quando Santo Adriano andava a guardar ovelhas, apareceu-lhe Nossa Senhora, em cima de uma azinheira, rodeada de anjos e de esplendor. Disse que era a Senhora da Luz padroeira da freguesia. 

O santo relatou o sucedido e logo construíram uma igreja com o altar-mor no sítio da sobreira onde a Nossa Senhora apareceu.


PATRIMÓNIO DO CONCELHO DE MOURÃO


Conjunto urbano de Mourão com destaque para as chaminés Mouriscas;
Castelo de Mourão, século XIII;
Igreja de São Francisco, século XVIII, Mourão;
Igreja da Misericórdia, século XVIII, Mourão;
Igreja Matriz ou de Nossa Senhora das Candeias, século XVII, Mourão;
Igreja Paroquial de São Brás, século XVII, Granja;
Igreja da Misericórdia, século XVI, Granja; 
Igreja de Nossa Senhora da Luz, século XX – Reconstrução da antiga Igreja do século XVI que ficou submersa pelo lago de Alqueva, Aldeia da Luz.


MUSEUS DO CONCELHO DE MOURÃO


Museu da Aldeia da Luz;
Museu Etnográfico de Granja;
Museu da Adega Cooperativa de Granja.

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Interior do Museu da Aldeia da Luz - Guia Alentejo

ARQUEOLOGIA DO CONCELHO DE MOURÃO


PALEOLÍTICO
Quinta da Fidalga 1 (Estação de Ar Livre) - Mourão; 
Malhadas (Habitat) - Mourão;
Fábrica de Celulose 2 (Habitat) - Mourão.

NEOLÍTICO
Monte dos Pássaros (Mancha de Ocupação) – Luz.

IDADE DO BRONZE
Monte da Julioa 30 (Habitat) - Mourão;
Queijeirinha (Necrópole) – Mourão;
Agualta 7 (Arte Rupestre) - Luz.

IDADE DO FERRO
Castelo da Lousa (Habitat) - Luz; 
Agualta 7 (Arte Rupestre) - Luz.

ÉPOCA ROMANA
Monte da Ribeira 1 (Habitat) - Luz;
Monte da Julioa 21 (Casal Rústico) - Mourão; 
Monte das Lavradias (Villa) - Mourão;
Monte da Cerejeira 8 (Necrópole) - Mourão; 
Pego Travado (Habitat) - Mourão;
... e mais 47 sítios arqueológicos da Época Romana (Habitats e Vestígios Diversos).

ÉPOCA MEDIEVAL ISLÂMICA
Monte do Mercador 5 (Povoado) – Mourão.

ÉPOCA MEDIEVAL CRISTÃ
Tapada da Picota 2 (Habitat) - Mourão; 
Castelo de Mourão - Mourão;
Poço do Marra (Necrópole) - Mourão;
... e mais 35 sítios arqueológicos da Época Medieval Cristā (Habitats).


GASTRONOMIA E RECEITAS TRADICIONAIS DO CONCELHO DE MOURÃO


Os queijos, os enchidos e presuntos artesanais, as azeitonas, a doçaria. Variadas açordas como a açorda de Cação, de Peixe do Rio, açorda de Alho, Beldroegas, sem esquecer as famosas Migas com Carne do Alguidar, o gaspacho e os Pezinhos de Coentrada, bem acompanhadas pelo vinho da Cooperativa Agrícola de Granja, de Vale Formoso e da Abegoaria, tornam a gastronomia típica do Concelho verdadeiramente tentadora.

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Receita da Encharcada do Convento de Santa Clara - horadabuxa

PRATOS
Açorda d`alho;
Migas alentejanas;
Migas de espargos; 
Espargos selvagens com ovos;
Ensopado de Borrego;
Tomatada;
Açorda de Beldroegas;
Açorda feijão de meloal.

DOÇARIA
Manjar Real;
Lampreia;
Meloa;
Doce de Gila;
Encharcada de Mourão – a receita;
Bolo rançoso;
Bolo podre;
Bolos Fintos;
Bolos Folhados – a receita.


ARTESANATO DO CONCELHO DE MOURÃO


Empalhamento de cadeiras;
Tapetes de Arraiolos;
Rendas;
Trabalhos em Xisto.

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Vestuário de rendas para bonecas, artesanato de Mourão - Guia Alentejo

NATUREZA, TRILHOS E ROTAS TURISTICAS NO CONCELHO DE MOURÃO


Praia Fluvial de Mourão;
Barragem de Alqueva, com todos os desportos náuticos e passeios;
Mata de São Bento;

Rota da Ermida de São Sebastião – mais informação;  
Pelo Património Vivo de Mourão – mais informação;
Rota do Posto das Ferrarias – mais informação.


PERCURSO ORNITOLÓGICO
Mourão faz parte, juntamente com Barrancos e Moura, de um percurso ornitológico numa das zonas mais importantes para observação de aves em Portugal. 

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Vista da Praia fluvial de Mourão - Guia Alentejo

FEIRAS, FESTAS E ROMARIAS NO CONCELHO DE MOURÃO


MOURÃO
A 1ª Corrida de Touro da temporada tauromáquica em Portugal, no dia 1 de fevereiro;
Festa de Nossa Senhora das Candeias, 2 de Fevereiro (Feriado Municipal);
Procissão de N. Senhor dos Passos, Domingo antes do fim-de-semana da Páscoa;
Procissão do Enterro do Senhor, sexta-feira Santa;
Romaria de São Pedro dos Olivais, 2ª Feira de Páscoa;
Festas em Honra de S. Sebastião, sem data certa - Entre Julho e Agosto;
Certame Cultural, Semana do Castelo, última semana de Julho, Mourão;
Festas em Honra de Nossa Senhora do Alcance, sem data certa - Entre Julho e Agosto;
Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição, 8 de Dezembro;

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Imagem de Nossa Senhora das Candeias, Mourão - Guia Alentejo

ALDEIA DA LUZ
Festas do Sagrado Coração de Jesus, 3º Fim-de-semana de Junho;
Festas em Honra de Nossa Senhora da Luz, 1º Domingo de Setembro;

GRANJA
Festas em Honra de São Brás, 2º fim-de-semana de Fevereiro;
Romaria de São Sebastião, 3º fim-de-semana de Setembro;
Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição, 8 de Dezembro;


FEIRAS E MERCADOS
Feira anual, fim-de-semana próximo de 24 de Maio, Mourão;
Mercado, 3ª quinta-feira do mês, Mourão;


5 MOTIVOS PARA VISITAR O CONCELHO DE MOURÃO


  1. A oferta de alojamento de grande qualidade. As opções vão da hotelaria tradicional, passando pela modernidade e pela simpática hospitalidade das casas de turismo rural;
  2. Especial destaque para a gastronomia e os vinhos;
  3. Uma Praia Fluvial maravilhosa com acessibilidade e muito para se divertir ou relaxar;
  4. A Festa de Nossa Senhora das Candeias, Padroeira de Mourão;
  5. A primeira corrida de touro da temporada tauromáquica no dia 1 de fevereiro.

A NÃO PERDER EM MOURÃO


Castelo de Mourão;
Enquadramento urbano;
Margens da Barragem de Alqueva;
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias; 
Encharcada de Mourão;
Restaurante Adega Velha.


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